Vai dar certo.

"Talvez você não veja, a diferença estava ali.
Vencer pela fraqueza
Mas isso eu nunca admiti..."

Foi a ultima coisa que ouvi antes de sair de casa...
Relativamente frio, para uma tarde de outubro. Resolvi que não era nada demais, e segui.
Apressado, preocupado e ainda um pouco tonto por ter acordado há pouco... O telefone toca.

Não! Que inferno! Este telefone não é da Lucia!!

Passei a andar meio inerte... Nos ouvidos, um fone tocava Massacration.
Eu não ouvia a música, estava totalmente absorto pelo questionamento: "O que terá acontecido?"

Não me lembro da hora que entrei no ônibus, mas me lembro bem de ter olhado para as pessoas lá dentro. Duas em especial: Uma moça, negra, cabelo solto, sorriso na boca... Bonita. Um senhor... cabelos brancos, óculos e cara fechada.

Sentei ao lado do senhor. Ele percebeu algo errado. Apesar da cara fechada, era simpático.
Dirigiu-me uma frase: Vai dar certo.
Não respondi. Não sabia o que responder.



Desci do onibus e voltei a andar inerte, rápido... quase correndo. Cheguei.
Parei. Respirei. Me convenci que estava tudo bem e tentei parecer normal. Esperava uma tragédia.
A porta abriu, entrei. Não conseguia acreditar em quem estava vendo.
Disfarcei e fiz piada... Mas que gelei... Ah! Gelei!